quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Vento

Vento forte que sopra sem direção
Não há como me indicar o caminho
Noite fria de solidão
Resta-me apenas ficar sozinho
Calor humano que me aquece
Aos poucos me emudece
E logo após me esquece

Sopra, vento, em meu rosto
Deixe que eu sinta esse gosto
De mais uma vez te querer
Me leva onde quiser levar
Podemos nunca mais voltar

Vento, sopra e me diz o caminho
Pra nunca mais andar sozinho
Não retire sequer um espinho
Apenas me deixe andar
Mas nunca pare de me acompanhar
Pois sem ti, a vida é vazia

Sopra, vento, e me diz que ao meu lado sempre vai estar
Pra sem ti eu não mais ficar
Faz a solidão me abandonar
E novamente, tu, o meu rosto tocar

Sopra vento

Um comentário:

D. Q. M. disse...

"... o vento levantava a poeira do dia e do [século
(entrando na carne das pessoas
e que com elas
haveria de morrer)". FERREIRA GULLAR no poema 'Imroviso Ordinário Sobre a Cidade Maravilhosa'.

Que 'vente' bastante para que nao caminhe sozinha. Abraços!